Belo Horizonte sediou no último dia 12, o seminário Encontro de Negócios entre Minas e Japão. O evento teve como objetivo apresentar o potencial do Estado aos japoneses, que podem se tornar parceiros em novos projetos, principalmente, em relação a novas tecnologias para o agronegócio.
Durante a reunião, empresários japoneses apresentaram as empresas e os produtos desenvolvidos e que podem ter Minas Gerais e o Brasil como mercado. A aproximação entre Minas Gerais e os japoneses é considerada importante, uma vez que o país asiático já contribuiu muito para o desenvolvimento da agricultura estadual e pode contribuir para novos avanos.
O evento compõe a programação comemorativa dos 60 anos de Cooperação da Japan International Cooperation Agency (Jica) no Brasil e far parte do 9 Festival do Japão em Minas.
A secretária de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ana Valentini, explica que o governo japonês, por meio da Japan International Cooperation Agency (Jica), j desenvolveu parcerias com o setor agropecuário de Minas e do País.
Ana conta que um dos principais avanos na produção ocorreu no final da década de 1970, com o Programa de Cooperação Nipo-Brasileira para o Desenvolvimento dos Cerrados (Prodecer). O projeto permitiu a evolução tecnológica que contribuiu para o desenvolvimento da agricultura tropical no Cerrado, incluindo as regiões Noroeste e Triângulo, a partir da década de 1970. A contribuição japonesa também permitiu a criação do projeto Jaíba, onde é desenvolvida a fruticultura irrigada.
Estamos animados com a perspectiva de desenvolver a agricultura no Estado para atender a demanda mundial crescente por alimentos. Além disso, o País tem conseguido abrir novos mercados e Minas vai ser beneficiado com isso. Avançamos muito em tecnologia e, hoje, conseguimos produzir mais com menor uso dos recursos. O governo japonês teve grande participação na evolução dos projetos e estamos animados e vamos buscar novas parcerias, afirmou.
Estrutura – Ainda segundo a secretária Ana Valentini, o Estado está bem estruturado para firmar novas parcerias que sejam interessantes para o avanço das produções agrícolas e pecuária. Entre os pontos favoráveis, o Estado conta com entidades voltadas para a pesquisa, para a assistência técnica e extenso rural e para a defesa sanitária.
Estamos animados por poder mostrar aos empresários japoneses como é o Estado e a organização do governo em termos de apoiar o desenvolvimento da agricultura. Esperamos que o encontro seja o começo de uma nova etapa de parceria para a agricultura do Estado, disse.
Para o Cônsul Honorário do Japão em Belo Horizonte, Wilson Nelio Brumer, o evento é importante para que os brasileiros e japoneses possam firmar novas parceiras. Ainda conforme Brumer, no Brasil há um enorme potencial a ser explorado e o Japão tem tecnologias importantes para a evolução nacional, por isso, torce para que as empresas mineiras e japonesas encontrem formas de se associarem, de criarem parcerias de tal forma que, juntas, possam encontrar um novo momento Brasil-Japão.
Nessa nova relação entre empresas brasileiras e japonesas, entendo que precisamos, cada vez mais, estar trazendo, criando e promovendo uma relação, principalmente entre as pequenas e médias empresas dos dois países. Entendendo que há um enorme desafio, que há dificuldades de ambos os lados, estamos falando de línguas diferentes, de distâncias grandes, mas também tenho a convicção de que, quando temos um grande projeto e um bom parceiro, todas as dificuldades podem ser superadas. Quero dizer que, em Minas, as coisas são mais fáceis de serem realizadas, talvez porque há uma maior proximidade do setor privado junto ao governo e aos bancos de desenvolvimento, explicou.
ODS – O chefe da Cooperação da Japan International Cooperation Agency (Jica), Hiroshi Sato, detalha que a agência tem trabalhado no sentido de direcionar os esforços para o programa de parceria público-privada (PPP) e para introduzir a tecnologia e os serviços das empresas japonesas com o objetivo de contribuir para a superação de desafios sociais e econômicos e para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Ao trazer as empresas japonesas para o evento em Minas Gerais, a expectativa é de que os empresários japoneses possam desenvolver, futuramente, os negócios no Brasil através do apoio do setor público, de empresas brasileiras e da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), disse Sato.
Durante o seminário, representantes de 13 empresas japonesas apresentaram os produtos e oportunidades para os representantes de Minas Gerais. As empresas são de setores variados. Dentre os produtos oferecidos estão chás, geração de energia solar fotovoltaica aliada à agricultura, uso de filme de hidrogel na agricultura, tecnologia de congelamento instantâneo de produtos alimentícios, tecnologias de decomposição de urina de boi para fabricação de produtos como desodorantes, agentes melhoradores de solo e qualidade da água, entre outros.