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Investigadores Japoneses encontram proteína com potencial para prevenir o envelhecimento

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Cientistas da Universidade de Osaka, no Japão, descobriram uma proteína chamada HKDC1, que ajuda a cuidar de dois organelos importantes: mitocôndrias e lisossomas. Esta proteína desempenha um papel fundamental na prevenção do envelhecimento das células.

O organelo ou organito é uma estrutura intracelular presente nas células eucarióticas que desempenha funções específicas. São exemplos de organelos o núcleo, as mitocôndrias, o retículo endoplasmático, os ribossomas, o aparelho de Golgi, os cloroplastos e os lisossomas.

Por exemplo, as mitocôndrias actuam como fontes de energia para as células e os lisossomas ajudam a manter as células limpas. Quando estes organelos são danificados, causam problemas como o envelhecimento, doenças ou perturbações na função celular normal.

Agora, um grupo de cientistas da Universidade de Osaka descobriu a HKDC1, uma proteína que ajuda na prevenção do envelhecimento das células. O grupo mostrou que quando uma célula está sob stress, especialmente as mitocôndrias ou os lisossomas, a HKDC1 fica mais ativa.

Outra proteína, conhecida como TFEB, tinha evidências que sugeriam o seu envolvimento na preservação da função de ambos os organelos. No entanto, na altura, não foram identificados os alvos desta proteína. Assim, os investigadores da Universidade de Osaka analisaram o assunto e descobriram que a TFEB tem como alvo a HKDC1.

Comparando todos os genes da célula que estão ativos em determinadas condições e utilizando um método chamado imunoprecipitação da cromatina, que permite identificar os alvos das proteínas no ADN, a equipe foi a primeira a mostrar que o gene que codifica a HKDC1 é um alvo direto da TFEB e que a HKDC1 se torna mais regulada em condições de stress mitocondrial ou lisossomal.

A HKDC1 previne a senescência celular induzida por danos no ADN

Para proteger as mitocôndrias de danos, existe um processo chamado “mitofagia”, que significa livrar-se das mitocôndrias danificadas. Existem diferentes formas de o fazer, e um dos métodos mais conhecidos envolve proteínas chamadas PINK1 e Parkin.

“Observámos que a HKDC1 se co-localiza com uma proteína chamada TOM20, que está localizada na membrana externa da mitocôndria. E através das nossas experiências, descobrimos que a HKDC1, e a sua interacção com a TOM20, são fundamentais para a mitofagia dependente da PINK1/Parkin”, explicou a autora principal Mengying Cui, citada pelo portal Sapo. “Isso cuida do lixo mitocondrial, para os lisossomas, que é como um centro de reciclagem” acrescentou.

Shuhei Nakamura, autor sênior, explica que a HKDC1 é também fundamental para o processo de reparação lisossomal.

“Quando reduzimos a HKDC1 na célula, o processo de limpeza nos lisossomas fica comprometido. Isto é semelhante a remover o seu poder de reparação, fazendo com que os lisossomas enfrentem desafios na auto-reparação quando danificados. Os lisossomas e as mitocôndrias contatam entre si através de proteínas chamadas VDAC. Especificamente, a HKDC1 é responsável pela interacção com os VDAC; esta proteína é essencial para o contato mitocôndria-lisossoma e, consequentemente, para a reparação lisossomal”.

Dado que o mau funcionamento dos organelos está associado aos processos de envelhecimento e ao aparecimento de doenças relacionadas com a idade, a revelação do papel fundamental da HKDC1 apresenta novas perspectivas para intervenções terapêuticas dirigidas a estas condições.

O estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

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