Também conhecida como glicínia japonesa, a espécie inspira o “ikigai”, filosofia do país asiático, e pode ser plantada em solo brasileiro, especialmente em locais de serra
Fuji no Hana ou, como são conhecidas no Brasil, as glicínias japonesas, são árvores trepadeiras de origem asiática. A mais comum é a de nome científico Wisteria floribunda. A espécie é abundante nas ruas do Japão e da China, mas também é possível encontrá-la no Brasil, em especial nas regiões mais frias, ornando muros e até calçadas.
Segundo o engenheiro agrônomo Eduardo Funari, a frente do Funari Paisagismo, ao atingir a fase adulta, a glicínia costuma ser bem exuberante, com cores azuis, roxas ou brancas, e uma floração perfumada com cachos longos. “O seu crescimento é lento, porém é uma espécie longeva que pode viver por mais de 100 anos”, explica.
Além de colorir as ruas, a espécie é conhecida por ornar pergolados, camachos e portões. Em casa, o cuidado deve ser redobrado com pets e crianças, pois a sua folhagem é tóxica.
No Japão, a longevidade da árvore virou símbolo nacional. Segundo Carlos André Uehara, geriatra do Hospital Nipo-Brasileiro (HNipo), a espécie é reconhecida como inspiração para a filosofia ikigai.
“Este conceito japonês incentiva as pessoas a encontrarem sua razão de viver para equilibrar a vocação e as paixões, permitindo assim alcançar o propósito para a existência, podendo ser por meio da conexão com a natureza ou encontrando uma razão de ser”, ele diz. Desta forma, as glicínias são boas para buscar um ikigai, dentro ou fora do Japão.
Como cultivar a glicínia em casa?
O plantio da glicínia no jardim brasileiro pode ser feito durante a primavera e diretamente no solo, para permitir que as raízes cresçam plenamente.
Eduardo recomenda que seja utilizado pelo menos 2 kg de um substrato de boa qualidade e cerca de 250 g de adubo NPK por planta, o que garantirá um início de crescimento saudável.
“Elas se desenvolvem melhor em locais onde a temperatura noturna é mais fria, como Campos do Jordão, SP, ou Monte Verde, MG, e outros locais de serra”, explica o engenheiro agrônomo.
É importante garantir, ainda, que o local de plantio tenha muita luz e sol pleno, e que o substrato esteja sempre bem drenado antes de realizar a próxima irrigação. Por fim, Eduardo recomenda que, logo após a floração da árvore, seja realizada a poda para que a espécie continue vigorando.