Já se perguntou como é que os centenários do Japão vivem tanto? A alimentação é essencial para isso.
Temos tendência a desvalorizar certos alimentos só porque ouvimos dizer que são ricos em hidratos de carbono. De facto, nos últimos tempos, tem havido uma certa obsessão em eliminá-los de rotinas alimentares, mas a realidade é que eles são mais do que necessários. Por outro lado, não podemos confundir todos os hidratos de carbono, pois eles são a chave da sua origem.
É aqui que a ingestão de hidratos de carbono complexos, como defende Dan Buettner, pode fazer a diferença. A Men’s Health explica-lhe porquê. Este jornalista, escritor e explorador da National Geographic, que passou mais de duas décadas a investigar a longevidade e é o criador das zonas azuis, diz que nos locais onde a esperança de vida é maior, a nutrição é baseada em alimentos integrais e de origem vegetal, ou seja, a presença de hidratos de carbono é maioritária.
“O problema dos hidratos de carbono é que há muita confusão. As piores calorias da nossa alimentação provêm dos hidratos de carbono, mas também as melhores. As proteínas e as gorduras estão algures no meio. Os hidratos de carbono (simples) de um donut, de um biscoito ou de um bolo não são os mesmos que os dos alimentos integrais, das raízes ou das leguminosas”, explica o especialista.
O superalimento dos centenários japoneses
Um desses alimentos que Buettner diz ser insubstituível tem tudo e é uma parte indispensável de algumas dos regimes alimentares mais famosos do planeta, como o de Okinawa (Japão). “Deixem-me falar-vos do superalimento que toda a gente pode comprar: a batata-doce. O ideal é a roxa, mas qualquer variedade é boa. É barata, é rica em hidratos de carbono complexos e proteínas, está repleta de micronutrientes e é deliciosa”, diz o investigador.
E não é de estranhar que o especialista destaque este alimento porque, para além do seu elevado teor de potássio, essencial para os músculos e para evitar o aparecimento das incómodas cãibras, a batata-doce é rica noutros minerais, como o cálcio e o fósforo, e em vitaminas, como a A, a C, a E e o ácido fólico.
Ou seja, estamos a falar de um alimento extremamente interessante para a saúde e que também pode ser um aliado precioso para o desempenho dos desportistas, devido à energia que fornece e à sua importância, como já referimos, para a massa muscular.
Assim, antes de demonizar um nutriente, é importante compreender as suas verdadeiras implicações. Por exemplo, uma investigação recente publicada no The BMJ por vários especialistas associados à Universidade de Harvard mostra que a origem dos hidratos de carbono pode ser decisiva, por exemplo, no controlo da obesidade.
