Miscigenação, o que é? Etnias, características e influência na história

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Miscigenação, o que é? Etnias, características e influência na história

Em síntese, miscigenação é a mistura de povos com diferentes etnias. Em outras palavras, são as pessoas que possuem características físicas diversas, tendo um pouco de cada descendência. Os grupos étnicos são divididos em três grupos: brancos, negros e amarelos. Os indígenas estão inseridos no último.

A miscigenação acontece quando duas pessoas de etnias diferentes geram um filho (a). Por exemplo, uma pessoa branca e uma negra geram uma pessoa mestiça. O mesmo se aplica, ao branco com um indígena e vice e versa. A palavra ‘raça’ foi retirada das expressões de miscigenação, pois o termo estava errado, já que só existe a raça humana.

Sendo assim, a preferência é utilizar ‘etnia’ para se referir aos diferentes grupos humanos. Lembrando que, a nacionalidade não influência na mestiçagem, ou seja, quando duas pessoas de nacionalidades diferentes geram outro indivíduo não caracteriza miscigenação. O que define a mestiçagem é a mistura dos grupos étnicos.

Grupos Étnicos

Miscigenação
Delas | Observatório do Terceiro Setor | Lilian Pacce

As etnias foram se construindo ao longo dos anos no mundo todo. Todavia, os principais grupos étnicos no Brasil começaram com os povos indígenas, africanos e imigrantes europeus e asiáticos. Contudo, a diversidade de grupos étnicos fez com que o Brasil expandisse as riquezas culturais.

Por causa da miscigenação, temos uma culinária típica extensa, inúmeros costumes, religiões e abundantes manifestações culturais. A religião é muito expressiva no Brasil, onde se predomina o cristianismo (86,8%), sendo 64,6% católicos e 22,2% evangélicos. Além do Espiritismo, Judaísmo, Candomblé, Umbanda, Islamismo e Budismo que também foram citadas.

Apesar de existirem diversas teorias sobre miscigenação, a mais conhecida é do antropólogo Darcy Ribeiro. Ele acredita que a população brasileira foi formada pelos indígenas, africanos e europeus.

  • Indígenas: O território brasileiro já era habitado pelos índios antes mesmo do descobrimento do país. Naquela época, a população indígena era estimada em quase 2 milhões de pessoas;
  • Africanos: Entre as décadas de XVI e XIX, os povos africanos foram trazidos para o Brasil para exercer trabalho escravo. Os milhões de negros trabalhavam no cultivo da cana-de-açúcar e do café;
  • Europeus e Asiáticos: Os portugueses foram os primeiros europeus a chegarem no Brasil. A partir do século XIX, mais imigrantes tiveram a entrada autorizada pelo governo brasileiro. Havia muitos espanhóis, italianos, alemães, japoneses, sírios e libaneses.

Composições do povo brasileiro

miscigenação
Lungaretti

Como abordado anteriormente, a miscigenação brasileira se formou pela mistura de grupos étnicos. Todavia, existem categorias que definem o povo brasileiro. Ou seja, existem 247 línguas faladas por 350 etnias. No entanto, ainda devemos levar em consideração povos, como:

  • Caboclos ou Mamelucos: é o relacionamento entre colonizadores europeus e as índias que habitavam nas terras do Brasil;
  • Mulatos: Estes são os filhos gerados entre negros africanos e os brancos, ou vice e versa;
  • Cafuzos: é a relação entre os negros africanos e os índios;
  • Povo Mestiço: Estes não possuem características idênticas do povo brasileiro, já que são a mistura entre os imigrantes, como italianos, alemães, japoneses, libaneses, dentre outros.

Os Brasis: características da miscigenação

Atualmente, o Brasil é formado por 207,7 milhões de habitantes. Desse total, 47,51% da população se declara como branco, e 7,52% se autodeclara como preto. Conseguinte, apenas 1,10% como amarela, 43,42% como parda e 0,34% se declaram como indígenas.

povo caboclo
Educação Pública

Isso mostra o quanto a população brasileira é diversificada. Além disso, a diversificação classifica o Brasil em ‘Brasis’, sendo:

  • Brasil Crioulo: são pessoas que nasceram nos engenhos nordestinos, ou seja, no trabalho escravo;
  • Caboclo: considerado como pessoas que nasceram da mistura entre índios com outros mestiços na região norte do país;
  • Sertanejo: são as pessoas trazidas pelos portugueses para trabalhar na açucareira, pastagem do gado e no garimpo;
  • Caipira: são homens com bandeiras que obrigavam um grupo de índios a trabalhar no cultivo de mandioca, feijão, milho, tubérculos, dentre outros;
  • Brasil Sulista: são pessoas que representam o crescimento paulista na região sul do Brasil. Estes possuem heterogeneidade cultural, sendo descendentes do luso-espanhóis com índios, gringos descendentes de imigrantes italianos, alemães, poloneses, dentre outros.

Miscigenação na história do Brasil

Descobrimento do Brasil
Medium

No Brasil, a miscigenação ainda é um assunto muito debatido pelos movimentos negros e indígenas. Além disso, a população brasileira foi formada pelos grupos étnicos. Porém, naquela época a mestiçagem não era vista como algo bom.

Dessa forma, a elite tentou extinguir os negros no Brasil. A classe incentivou a vinda de homens brancos para trabalhar nas fazendas de café, acreditando que assim diminuiriam a quantidade de negros no território nacional.

A Miscigenação só começou a ser refletida positivamente com a publicação de Casa-Grande e Senzala, de Gilberto Freyre. Nas décadas de 30 e 40, mais conhecida como Era Vargas, a visão de Freyre derrubou o posicionamento da elite, mas acabou abafando o sofrimento dos negros e indígenas no Brasil.

Na metade do século XX, várias discussões foram levantadas sobre a miscigenação. Mesmo assim, as pessoas tinham menos chances de ascensão social dependendo da cor da pele. Quanto mais escura, menores eram as chances.

Portanto, até hoje presenciamos situações em que pessoas mestiças são tratadas como inferiores, tendo menos oportunidades ou sendo excluídas pela cor ou etnia. Mesmo com as leis brasileiras, ainda não foi possível combater o preconceito definitivamente.

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