O saquê é uma bebida alcoólica japonesa conhecida pelo mundo e que coleciona muitos admiradores. Com o intuito de expandir o conhecimento sobre o saquê, o Governo da Província de Hyogo no Brasil em conjunto com a loja Adega de Sake, de Curitiba, promoveu uma degustação on-line de saquês, contando um pouco mais sobre a origem e suas características.
Quem conduziu a degustação e deu uma aula explicando sobre a bebida foi o Daniel Shigueo Honda que é sommelier de saquê e dono da loja na capital paranaense. Confira mais a história sobre essa bebida e suas particularidades!
Os saquês e suas origens e características
O saquê é uma bebida alcóolica japonesa fermentada com base de arroz. Os principais ingredientes da bebida são: arroz, água e k?ji (é o fungo responsável pela sacarificação; ele que transforma o amido em açúcar).
A origem dessa bebida é a cidade de Hyogo, que inclusive, é conhecida como a terra natal do saquê. Isso acontece porque lá é o berço do principal arroz utilizado para fazer a bebida (Yamadanishiki ), e por causa da água da região (chamada de miyamizu), propícia para fazer saquê, já que não possui ferro e nem manganês.
Até hoje, já são mais de 1300 anos de história produzindo a bebida e com isso a província é responsável por 30% do saquê do Japão.
Os saquês são divididos em 8 categorias, que abordam a questão física da bebida (arroz utilizado, água, adição ou não de álcool), e existem pelo menos 30 tipos de saquês diferentes, que são classificados de acordo com as técnicas de produção.
O saquê é a bebida mais consumida do Japão e o sommelier ressalta que “é a cerveja deles”. No país de origem, é possível encontrar tanto a bebida sendo vendida em packs nos mercados, como em garrafas mais sofisticadas com rótulos feitos à mão. Pelo mundo, o Estados Unidos é o país que mais importa e consome a bebida.
“O saquê não é só saquerinha, o saquê não tem só um único tipo, ele é tão abrangente quanto um vinho ou uma cerveja que existem dezenas de tipos”, explica Daniel Honda.
Desmistificando alguns mitos
No Brasil, é possível que você já tenha ouvido falar que “o saquê é a cachaça dos japoneses”, porém Honda afirma que isso não é verdade.
O saquê é uma bebida delicada, não tem versão saborizada e o teor alcoólico varia de 14% a 16%. O saquê mais consumido no Japão é o que tem adição de álcool e é o mais barato. Vale ressaltar que quando a adição do álcool não é feita pelo produtor, o álcool vem da própria fermentação do saquê.
Muitas pessoas associam o saquê ao famoso copo quadrado, que costumamos ver em restaurantes japonês. Porém, esse copo é utilizado apenas em momentos de celebração. No geral, os japoneses podem até mesmo usar um copo de vinho tradicional para tomar a bebida.
Outro ponto que merece destaque é que os brasileiros têm o costume de consumir o saquê para fazer a famosa saquerinha, uma adaptação da tradicional caipirinha feita com cachaça. Contudo, na parte de coquetelaria, os japoneses usam o Shochu, que é um destilado do país. No Japão eles consomem o saquê totalmente puro, além de tomarem ele frio ou até mesmo quente, esquentando em banho-maria, nos dias de frio.
As amostras de saquê durante a degustação on-line da bebida. | Fernanda Unruh Xavier
A degustação de saquê
Os convidados para fazer a degustação guiada receberam uma caixa preparada pela loja Adega de Sake com quatro rótulos distintos, sendo eles: Hakushika Josen, Hakushika Junmai Ginjo, Hakutsuru Sayuri e Ozeki Hana Awaka.
Na tabela abaixo é possível ver as garrafas e as características de cada um dos saquês:
Saquês de Hyogo provados na degustação| Fernanda Unruh Xavier
Durante a degustação Daniel Honda foi explicando as diferenças entre os rótulos e dando dicas, inclusive, de como harmonizar a bebida com comidas. Confira algumas anotações sobre os rótulos:
Hakushika Josen
Neste rótulo o álcool é mais presente.
Ótimo para esquentar em banho-maria.
Harmoniza bem com comida salgada, porém não com peixes.
Cor bem transparente.
Lata de 180 ml – R$ 39
Hakushika Junmai Ginjo
Um rótulo mais polido e mais frutado.
Não tem adição de álcool.
Cor bem transparente.
Aroma mais doce.
Garrafa de 300 ml – R$ 99
Hakutsuru Sayuri
Saquê não-filtrado, com o arroz ainda na garrafa. Com isso, é preciso chacoalhar antes de beber.
Esse rótulo não é aconselhado para beber quente.
Beber esse rótulo em 12°C.
Sabor frutado.
Mais ácido e encorpado que os demais.
Bebida leve.
Garrafa de 300 ml – R$ 89
Ozeki Hana Awaka
Esse rótulo tem adição de álcool.
É um espumante de saquê, lembra realmente os espumantes brasileiros.
É refrescante.
Garrafa de 250 ml – R$ 59.