A língua japonesa é falada por mais de 128 milhões de nativos, e entra para o ranking das línguas mais faladas no mundo. Atualmente, há mais de 3,84 milhões de pessoas que estudam a língua fora do Japão. Segundo a Pesquisa sobre as Instituições de ensino de língua japonesa no mundo 2018, são cerca de 26.157 pessoas que frequentam um curso de japonês no Brasil, número que corresponde ao 14º lugar no ranking mundial.
Aprender japonês hoje em dia é sinônimo de um universo de possibilidades. Seja por motivos profissionais, para estudar no Japão, na paixão pela rica cultura japonesa, ou simplesmente para planejar uma visita à terra do sol nascente. Mas entender o impacto da cultura e língua japonesas no Brasil vai além do que dominar os ideogramas kanjis.
O fato é que o Japão e o Brasil têm uma história longa de intercâmbio. Hoje, somos o país que abriga a maior comunidade japonesa fora do Japão, reunindo cerca de 1,5 milhão de cidadãos de origem japonesa, segundo o Censo do IBGE de 2017.
Imigração japonesa
Foi em 18 de junho de 1908 que desembarcaram no porto de Santos os primeiros imigrantes japoneses no Brasil, trazidos pelo navio Kasato Maru. O movimento migratório do Japão para outros países já havia começado em 1868, com a Restauração Meiji, que marcou a abertura do país para o mundo ocidental.
Do lado brasileiro, a chegada dos imigrantes teve destino certo: trabalhos agrícolas mal remunerados e em más condições. A porta de entrada dos imigrantes foi o Estado de São Paulo, e grande parte deles iriam para a região noroeste, onde foram abertos novos trechos da estrada de ferro.
Durante o período do Estado Novo, os japoneses sofreram com a cultura vigente de “branqueamento da civilização”, e as desconfianças e os preconceitos eram muito comuns em relação aos nikkeis (os descendentes de japoneses), chegando ao ponto de alguns serem perseguidos e executados.
No entanto, geração após geração, os nativos e seus descendentes conseguiram melhorar aos poucos sua condição vida no país. No contexto difícil que os cercava, os imigrantes buscaram então preservar suas tradições e costumes da maneira que podiam.
Preservação da cultura e língua japonesa
Um exemplo vivo de preservação de cultura e língua é o Bairro da Liberdade, localizado na cidade de São Paulo. Hoje ele é conhecido como a maior comunidade japonesa na cidade que, por sua vez, abriga a maior colônia japonesa do mundo fora do Japão.
Um exemplo dessas iniciativas de conservação da comunidade ao longo dos tempos é o fato de que nas escolas que se formavam pelo interior do país, as crianças eram ensinadas em japonês e aprendiam a história e geografia do Japão. A tradição culinária também foi amplamente preservada: fabricavam missô, reproduziam suas conservas e outras receitas, adaptando-as com ingredientes brasileiros.
Apesar de os nisseis (segunda geração), sanseis (terceira geração) e yonseis (quarta geração), terem se flexibilizado e se integrado à sociedade brasileira, a língua e cultura japonesas permanecem nas famílias, onde os avós e bisavós ainda falam somente o japonês.
Cultura popular
As mais novas gerações também têm sua maneira de resgatar e manter a rica cultura nipônica, chamada de J-Pop (cultura popular japonesa). Os famosos mangás, os animes (desenhos japoneses) e a moda japonesa são exemplos disso. Uma das últimas tendências é o cosplay (atividade de se fantasiar como personagens), sem citar as convenções dedicadas a anime, como o Anime Friends, que ocorre no Brasil.
E qual é a criança – ou o adulto – que não se tornou fã dos simpáticos personagens da franquia Pokémon? Na área do esporte, práticas de judô e jiu-jítsu ainda são as prediletas nas academias, disseminando os valores tradicionais japoneses. E podemos nem notar, mas o Japão está presente em muitas palavras do nosso dia a dia, como quimono, gueixa, samurai, arigatô, xogum, katana, caratê, sumô, anime e muitas outras.
Culinária japonesa
Podemos afirmar que hoje a influência da cultura japonesa ultrapassou as famílias imigrantes e entrou no gosto popular. Sua culinária sedutora é uma das mais queridinhas pelos brasileiros, com seu sushi, sashimi, ramen (lámen), missoshiru, tempurá, temaki, guioza, e mais uma infinidade de pratos japoneses.
Aprender
Civilização milenar, cultura fantástica, gastronomia sutil e refinada, além de uma sábia filosofia de vida: fazer aulas de japonês é certamente uma escolha fascinante e proveitosa que qualquer um pode fazer. Para tanto, basta tentar.