Amezaiku, a arte japonesa de esculturas de doce

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Amezaiku, a arte japonesa de esculturas de doce

O que importa nos doces é apenas o sabor, certo? Errado! No Japão, uma arte milenar consiste em fazer guloseimas de uma forma artística na qual a aparência é questão crucial. Chamado de Amezaiku, o processo artesanal é feito todo a mão e transforma o doce em uma escultura extremamente detalhada e deliciosa.

O resultado final de uma produção de Amezaiku é um pirulito extremamente bonito e adocicado, que normalmente é feito na forma de algum animal.

A história da arte Amezaiku

A arte milenar japonesa começou no período de Heian (794 – 1185), quando as pessoas faziam criações de caramelo endurecido para colocar como oferenda nos templos japoneses. Após isso, durante o período Edo (1603 – 1868), vendedores começaram a transformar a produção de doces em uma arte. Nessa época, os ambulantes começaram a entreter os clientes com poemas, histórias e cantorias, além, é claro, de guloseimas deliciosas.(Fonte: Robert Frederick Blum/Wikimedia Commons/Reprodução)(Fonte: Robert Frederick Blum/Wikimedia Commons/Reprodução)

A delicadíssima arte, que um dia já foi extremamente famosa no Japão, começou a cair aos poucos no esquecimento, mas não foi deixada de lado completamente. Acredita-se que, hoje, existam apenas cerca de 100 praticantes da arte Amezaiku, que são conhecidos como takumi.

O processo artístico

A criação dos doces Amezaiku começa muito antes das mãos habilidosas esculpirem os pirulitos. É preciso, para começar, produzir o mizuame, que é a base do produto e é feito com xarope de amido do arroz e malte. Este momento requer muita atenção porque o mizuame precisa ter uma consistência e aparência específicas. Após isso, o confeiteiro pega a mistura e a maneja com amassadas e puxões até transformá-la em uma bola. Esta fica armazenada até a hora de produzir os pirulitos.

Na hora de fazer a escultura de doce, o takumi pega essa bola e a aquece a uma temperatura de 90ºC para que fique flexível e possa ser manejada. Este é o momento que a arte começa, já que o confeiteiro precisa utilizar toda a habilidade pra transformar o mizuame quente em um pirulito extremamente detalhado.

A velocidade é uma parte crucial da arte Amezaiku, já que o pirulito precisa ficar no formato certo antes de esfriar. Terminada a transformação da massa em um animal, chega o momento de pintá-lo com uma tinta comestível.

Durante todo esse processo, os confeiteiros utilizam as próprias mãos, tesouras, pinças e pincéis para criar as obras de arte. São vários formatos, como peixes-dourados, sapos, cavalos, falcões e vários outros animais, que se tornam esculturas adocicadas e comestíveis.

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