A hora e a vez dos cogumelos no Brasil

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A hora e a vez dos cogumelos no Brasil

Os brasileiros estão comendo mais cogumelos, segundo informações da Embrapa. Dados da Associação Nacional dos Produtores de Cogumelos apontam que o alimento vem ganhando mais popularidade nos últimos anos. Champignon, shimeji, shiitake e companhia caem cada vez mais no gosto dos brasileiros graças a suas virtudes nutricionais e nas receitas. Um dos motivos para o crescimento do consumo por aqui é o fato do veganismo e do vegetarianismo terem aumentando consideravelmente, já que os cogumelos são fontes de proteína para esse grupo de pessoas —apesar de terem menos deste macronutriente do que as leguminosas, por exemplo, a qualidade é alta e a digestibilidade facilitada nesse grupo de alimentos. Outra questão relevante para esse aumento é a utilização dos cogumelos nos pratos orientais, que conquistaram o gosto popular – em São Paulo, por exemplo, já há mais restaurantes japoneses do que churrascarias.

Por falta de tradição e desconhecimento em relação aos cogumelos, seus benefícios e até mesmo de como prepará-los, o Brasil também possui um consumo per capita baixo, em torno de 160 gramas, se comparado com o consumo de alguns países europeus como a França, a Itália e a Alemanha, cujo consumo per capita é superior a 2 kg ou com países asiáticos como a China e a Coreia do Sul, que consomem mais de 8 kg de cogumelos por habitante. Estes dados são da Embrapa.

Eles possuem diferentes formas, tamanhos e cores e há diversas espécies comestíveis. De tão especiais no passado, eram destinados apenas aos faraós. O alimento fornece proteínas, fibras, minerais e vitaminas que contribuem para o bem-estar do organismo.
Entre os benefícios está o melhor funcionamento do intestino, aumento da saciedade, melhora da saúde do coração e resistência à insulina.

Os mais consumidos no Brasil são o champignon, o shimeji, o shiitake, o portobello e o do Sol. É importante ficar de olho na procedência do alimento para evitar problemas de saúde como intoxicação.

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Vai um shimeji na manteiga?

O interesse maior dos brasileiros pelo produto levou o arquiteto Fábio Gonçalves a abandonar a carreira de produtor de eventos em São Paulo e cultivar cogumelos na Serra Fluminense. Há um mês, ele criou a Cog Cogumelos com Afeto (@pontocog_cogumelos ), na casa onde moram seus avós, em Teresópolis. Mais um relato de guinada no estilo de vida durante a pandemia.

“Somos uma empresa familiar de produção artesanal especializada em shimejis artesanais e orgânicos. Do cinza, também chamado de Sarjo Caju, ao salmão, também chamado de D’jamour.”

Em sua pesquisa para ingressar no ramo, Gonçalves – que não é vegetariano – descobriu que a iguaria começou a ficar famosa por aqui nos anos 1960, com a chegada de imigrantes japoneses – os restaurantes de comida japa explodiram na década de 90.

“A ideia é ampliar ainda mais o consumo. É possível produzir num metro quadrado, não precisa de solo. Muito prático”, conta o produtor, cujo investimento inicial foi de pouco mais de R$ 6 mil.

Ele entrega pessoalmente no Rio, sob demanda: R$ 35, 500g, e R$ 60, o quilo. E ainda dá dicas de preparo:

“Refogue na chapa quente com azeite ou manteiga, uma pitada de açúcar ou teriyaki para caramelizar. Se espremer uma rodela de laranja fica ainda mais delicioso.”

No mundo todo são produzidos, por ano, dez milhões de toneladas de cogumelos, sendo 67% comestíveis e 22% medicinais, de acordo com a Associação Brasileira de Gastronomia, Hospedagem e Turismo. Que não deixa dúvida de que os ventos do consumo vêm soprando a favor dos cogumelos.

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