Sanção de Dia do Samurai durante crise gera polêmica na Assembleia

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Sanção de Dia do Samurai durante crise gera polêmica na Assembleia

Projeto de lei sancionado pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em meio ao agravamento da pandemia de Covid-19, que institui o Dia do Samurai no âmbito estadual, tem provocado polêmica na Assembleia Legislativa. Isso porque a proposta, de autoria do deputado Coronel Nishikawa (PSL) – com reduto eleitoral em São Bernardo – é utilizada para efeitos críticos de comparação até mesmo entre parlamentares.

Protocolada em novembro de 2019, antes do início da crise sanitária no País, a propositura de Nishikawa tornou-se lei em meio ao recrudescimento da pandemia, principalmente no Estado, situação que fomentou cenário considerado adverso à matéria. Com a canetada de Doria, o Dia do Samurai será celebrado todo dia 24 de abril em São Paulo.

“O Dia do Samurai simboliza toda a cultura milenar e emblemática dos samurais e o espírito de luta dos primeiros imigrantes japoneses, que procuraram a nossa pátria para sobreviver à custa do trabalho e muita garra, contribuindo assim para o crescimento do Brasil”, diz o documento que foi oficializado no Parlamento.

Entre os deputados que registraram comentários negativos sobre a proposta de Nishikawa está o colega Caio França (PSB). Por meio de suas redes sociais, o socialista – e filho do ex-governador Márcio França (PSB) – declarou que estava “indignado” por ver o Dia do Samurai ser sancionado por Doria, enquanto que seu projeto que prevê mais transparência nos gastos públicos despendidos no combate à pandemia ser vetado pelo tucano. “No mesmo dia em que o governador vetou meu projeto, ele sancionou o projeto de lei que cria o Dia do Samurai. Um absurdo”, disse Caio.

Nishikawa defendeu, por sua vez, que o projeto atende a pedido realizado por integrantes da colônia japonesa no Brasil, uma vez que os descendentes acreditam que a data é importante para a comunidade. “Esse projeto foi protocolado bem antes da pandemia e, como vocês sabem, (tramitação dos) projetos de lei, na Assembleia, andam vagarosamente. Não tenho culpa que o governador (Doria) resolveu sancionar em plena pandemia”, sintetizou o parlamentar. “Não vou polemizar uma coisa que me foi pedido pela colônia e fiz a pedido”, emendou, sustentando, na sequência, que sequer gosta deste tipo de matéria.

Nishikawa aproveitou ainda para sustentar que grande parte das suas propostas são voltadas para o setor de saúde, especificamente emendas parlamentares que preveem repasses financeiros às santas casas e outras unidades hospitalares do Grande ABC. “Só para Santo André enviei quase R$ 800 mil para hospitais”, afirmou.

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