A tradução literal da palavra Otome, de origem japonesa, é donzela. Mas também pode servir para se referir a uma jovem como moça virgem, delicada, senhorita e até mesmo princesa, dependendo do contexto. Assim como no Brasil, as palavras japonesas mudam de sentido, tudo depende do que você estiver querendo falar.
No Brasil e em alguns outros países do ocidente a palavra otome acabou ganhando uma nova tradução. Para nós o termo se refere a mulheres que são fãs de mangás e animes, ou seja, o feminino de otaku. Os dois termos também servem na hora de se referir àqueles que seguem a cultura pop dos japoneses.
Apesar de ser muito usado aqui, se referir a alguém como otaku no Japão pode ser considerado ofensivo. Isso porque, assim como otome, a palavra pode ter vários significados, depende apenas do contexto em que está inserido. A tradução correta de otaku é alguém que se torna fã extremo de qualquer assunto, ou seja, para os japoneses só gostar de anime não significa que a pessoa é otaku. Mas é por esse extremismo que a palavra acaba assumindo um tom negativo no Japão. Algumas pessoas são tão obcecadas em determinado assunto que isso acaba afetando sua vida, em alguns casos criando até uma fobia social.
No Brasil, nos referimos a qualquer pessoa que goste de mangá e anime como otaku e ao contrário do Japão, a pessoa não precisa ser necessariamente fissurada pelo assunto. A palavra é uma expressão unissex, mas mesmo assim os brasileiros e vários outros países do ocidente começaram a usar o termo otome para se referir as mulheres que curtem as famosas histórias japonesas.
Esse termo acabou surgindo por causa da Otome Road, uma rua localizada em Tóquio. Nela é possível encontrar várias lojas de produtos associados a animes e mangás, porém ela é mais visitada por mulheres. Elas vão a essa rua em busca de uma categoria de mangá específico, o Yais. Suas histórias envolvem relacionamentos entre protagonistas do mesmo sexo, que quase sempre são homens. Por fim, o termo otome passou a ser usado de forma a diferenciar homens e mulheres. Há quem simplifique a justificativa do termo dizendo que otome foi usado para se referir as mulheres otakus porque significa princesa.
No Brasil os dois termos, otaku e otome, acabam sendo usados de forma errada. Otaku se refere a alguém que é muito fã de qualquer coisa, não só anime e otome se refere a donzelas e moças virgens. Além disso, otome é usado para se referir na maioria das vezes a jovens de 7 a 20 anos. Entretanto, os termos acabaram se tornando gírias comuns pelo país.
Para quem não sabe, os mangás são histórias em quadrinho japonesas que são lidos de trás para frente. O termo surgiu em 1814 e foi Tezuka quem definiu as características das histórias. Os traços, as expressões faciais, os elementos nas falas, e muito mais. Tezuka é considerado até hoje o deus dos mangás. Os animes começaram em 1963, com Astroboy. Anteriormente alguns outros foram lançados, mas Tezuka que foi considerado o cara que fundou essa indústria.
Em 2006 os mangás movimentaram mais de 4 bilhões de dólares – isso faz com que eles sejam um dos maiores mercados do mundo. Depois do Japão, os maiores consumidores de mangá são os Estados Unidos, a França e a Alemanha. Simultaneamente os animes não ficam para trás. São 400 estúdios que trabalham nas animações japonesas e a cada ano produzem mais de 2.500 episódios. Nesse meio tempo, a indústria movimenta mais de 1 bilhão de dólares.