O que são os Hibakusha?

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O que são os Hibakusha?

Durante a Segunda Guerra Mundial, as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki foram atingidas por bombas atômicas estadunidenses. O ataque resultou em aproximadamente 300 mil mortes, sendo que 80 mil ocorreram instantaneamente. Os sobreviventes da tragédia foram denominados hibakusha, “pessoas afetadas pela explosão”. Essas vítimas sofreram muitos danos físicos e emocionais, apresentando sequelas até atualidade.

Aqueles que encontravam-se próximos ao epicentro da bomba apenas viram um clarão, sem nenhum ruído. As explosões deixaram as cidades em ruínas e causaram devastadores efeitos em seus habitantes, como queimaduras e outras indizíveis feridas.

Na época, os japoneses não sabiam que se tratava de uma bomba atômica; a imprensa foi extremamente sigilosa a respeito da nova arma. Devido à radiação, os hibakusha tinham pouca disposição e muitos desenvolveram graves enfermidades, por isso, foram vítimas de preconceitos no Japão. Sem nenhum apoio do governo, tiveram dificuldades de encontrar empregos e de se sustentarem.

hibakusha
Parte da cidade de Hiroshima em ruínas, em 1945. | Foto: Reprodução.

HIBAKUSHA E MEDIDAS TOMADAS PELAS AUTORIDADES JAPONESAS

Somente após 11 anos, em 1956, foi criada a Hidankyo (Confederação Japonesa Para Vítimas de Bombas Atômicas e Hidrogênio), que cobrava as autoridades japonesas para que tomassem providências. No mesmo ano, foi aprovada uma lei de cuidados médicos aos sobreviventes do bombardeio. Em 1968, foi promulgada uma medida que indenizou financeiramente os hibakusha e ofereceu medidas especiais para a saúde.

Até hoje, as vítimas passam anualmente por um check-up para verificar se houve o desenvolvimento de alguma doença proveniente da radiação. De acordo com dados de 2018 divulgados pela Cruz Vermelha, há ainda 190 mil hibakusha e 200 mil filhos de pessoas afetadas pela explosão. No Brasil, foram registrados aproximadamente 80 hibakusha. Segundo a ONG, os sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki têm problemas de instabilidade emocional, depressão e estresse pós-traumático.

Mesmo após a tragédia provocada no Japão, a humanidade não desistiu de desenvolver as bombas atômicas. Países como Estados Unidos, Grã-Bretanha e Índia realizaram testes com esta arma com o intuito de aprimorar a tecnologia. Isso demonstra uma enorme falta de empatia e indiferença com o sofrimento humano, já que, até os dias atuais, os hibakusha pagam pelo preço da Segunda Guerra.

Na semana do dia 6 de agosto, foi organizado um evento em Hiroshima para relembrar os 75 anos da explosão. Infelizmente, devido à pandemia gerada pelo coronavírus, a cerimônia precisou ser reduzida. Em Nagasaki, também foi realizada uma oração em homenagem às vítimas da bomba atômica. Esses eventos são extremamente fundamentais para que o mundo nunca se esqueça que, em 6 e 9 de agosto de 1945, a alma da humanidade foi ferida.

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