A importância da tenista Naomi Osaka e de seus protestos no US Open

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A importância da tenista Naomi Osaka e de seus protestos no US Open

Naomi Osaka, além de brilhar nas quadras de tênis durante o US Open, também traz ao esporte todo o seu ativismo pelas vidas negras e antirracismo. Nas partidas do campeonato, a tenista – que se tornou, neste ano, a atleta feminina mais bem paga da história – usou máscaras estampadas com os nomes de vítimas da violência policial nos Estados Unidos.

Filha de mãe japonesa e pai haitiano, Naomi carrega consigo a birracialidade afro-asiática e expõe suas duas etnias ao jogar tênis. Apesar de morar desde os três anos nos Estados Unidos, ela representa o Japão no esporte, enquanto realiza protestos e homenagens às vidas negras. Breonna Taylor, Elijah McClain, Trayvon Martin, Ahmaud Arbery e, mais recentemente, George Floyd, foram os nomes que apareceram em suas máscaras.

Apesar de ser uma atleta pouco acompanhada no Brasil, a não ser pelos amantes de tênis, Naomi é, certamente, um nome que merece atenção. Além de representar, talvez de maneira única no esporte, a descendência afro-asiática, é um talento nato.

Quem é Naomi Osaka?

Nascida em Osaka, no Japão, em 16 de outubro de 1997, Naomi Osaka é lha da japonesa Tamaki Osaka e do haitiano Leonard François. Começou a jogar tênis com apenas três anos de idade, por inuência da irmã mais velha, Mari, que também é tenista.

“Eu queria muito vencer a minha irmã e ela era muito melhor do que eu”, conta em vídeo produzido pela WTA (Women’s Tennis Association, associação de tênis feminino, nos EUA). Ela só conseguiu vencer a irmã pela primeira vez aos 16 anos. Apesar de tímida, Naomi não se intimida no esporte. Aos poucos, foi conquistando seu espaço no Tênis e acumulando vitórias. Seu primeiro título chegou em 2018, ao vencer a russa Daria Kasatkina, na final feminina de Indian Wells, por dois sets a zero.

Serena Williams parabenizando Naomi Osaka após final do US Open, em 2018 Tim Clayton/Corbis/Getty Images

No mesmo ano, chegou a derrotar um de seus ídolos, Serena Williams, na US Open. Com o feito, a jovem, que tinha apenas 20 anos na época, se tornou a primeira japonesa a vencer o Grand Slam – contra a veterana que já havia ganhado o troféu 23 vezes.

Na ocasião, o choro de emoção por vencer sua maior inspiração foi ofuscado pela polêmica que envolveu Serena e o juíz português, Carlos Ramos, que discutiram durante partida. Cerca de um ano depois, a atleta revelou que pediu desculpas a Naomi e a parabenizou pelo feito. “Eu nunca gostaria de tirar o holofote de outra mulher, principalmente outra mulher negra”, dizia mensagem revelada à Harper’s Bazaar.

Em janeiro de 2019, a jovem tenista também se tornou a primeira asiática a chegar ao primeiro lugar do ranking da WTA, após conquistar o Australian Open contra a tcheca Petra Kvitová. Atualmente, Naomi ocupa o 9º lugar, logo atrás de Serena.

Em 2020, Naomi entrou para a lista anual da Forbes de atletas mais bem pagos do mundo, tornando-se a atleta feminina a receber mais. Ela e Serena são as únicas mulheres da lista. A jovem faturou, no último ano, 37,4 milhões de dólares (cerca de 200 milhões de reais, com o dólar atual), conquistando o 29º lugar no ranking.

Em agosto deste ano, Naomi chegou a anunciar que desistiria de jogar a semifinal do torneiro de Cincinnati, pois estavam previstos para acontecer no dia 27 de agosto, dia que ficou marcado pelos protestos contra o racismo no esporte americano, iniciados no dia anterior com um boicote de jogadores da NBA aos jogos dos playos.

A decisão da japonesa fez com que os organizadores do torneio adiassem as partidas das semifinais para o dia 28 de agosto, como um gesto coletivo de luta contra a desigualdade racial e brutalidade policial.

“Eles se ofereceram para adiar todos os jogos até sexta-feira e na minha cabeça isso chama mais atenção para o movimento. Quero agradecer a WTA e ao torneio por seu apoio”, disse Osaka em coletiva.

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