A imaginação pop pede passagem

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A imaginação pop pede passagem
Apesar de a pandemia cancelar os eventos em gerais e ter colocado o mundo de quarentena neste ano, os amantes do Cosplay não deixaram de se vestir a caráter mesmo em casa e planejar os futuros encontros, para quem sabe em 2021.
Para quem não sabe, os aficionados pelo mundo dos jogos japoneses, desenhos animados, quadrinhos, séries, filmes e todo o vasto universo do entretenimento, investem pesado para, ao menos, ficar com a aparência ou figurino próximos ao do seu personagem favorito e marcar presença nos encontros anuais. Há fantasia que chega a custar R$ 10 mil.
Por esse mundo de fantasia, o fotógrafo e técnico em informática de Campinas, Francisco Genivon Nascimento, o Gê, de 45 anos, permeia desde os seus 17 anos, ou melhor, desde que se conhece por gente, como define. Apaixonado por jogos de videogame e séries japonesas, ele coleciona objetos da cultura oriental, como camisetas, broches, pôsteres de personagens, revistas e filmes e até incentivou a filha caçula, Giovanna, de 11 anos, a se vestir a caráter.
“Sempre amei a cultura japonesa. Me encantava com os jogos e séries. Lembro que comprava as revistas e lia tudo, inclusive as dicas de jogos”, falou o fã de Mortal Combate, Street Fighter, Final Fighter, Tekken, entre outros. “Nunca me vestia a caráter, mas sou muito fã dos personagens. Mas já tenho um projeto para colocar em prática nos próximos anos”, disse.
Divorciado e pai de três filhos — a menina e dois rapazes, um de 18 e outro de 20 anos —, Gê não esconde de ninguém sua paixão pelo mundo Cosplay. Sua paixão chegou ao ponto que ele quer, no próximo ano, incorporar, ao menos nas vestes, o seu personagem favorito: o Kratos, que na mitologia grega e nórdica, se refere a um general que se tornou um deus, e se vingou dos deuses do Olimpo, que o traíram. “Estou fazendo a fantasia e o investimento nela é de R$ 1,3 mil”, falou.
Anime Fest
Gê começou a frequentar o Anime Fest em 2014, quando descobriu sua realização em Campinas, no Colégio Liceu Salesiano Nossa Senhora Auxiliadora, no bairro Taquaral. Desde então, passou a ir para comprar algum objeto referente à cultura, registar os personagens e até mesmo para pousar e fazer algum registro ao lado dos preferidos. “Não sei como definir a sensação de estar no evento, mas é muito bom. Me sinto como se estivesse com os personagens reais, dos filmes. Me imagino no lugar deles”, comentou.
Em 2017, ele levou Giovanna para participar pela primeira vez. Na época, Gê comprou a fantasia da Arlequina pela internet e gastou R$ 300,00. Mas a encomenda chegou faltando a peruca, a marreta e o revólver, que ele mesmo fez questão de fazer, usando Acetato de Vinila (EVA) para deixar a filha quase igual à personagem. Sua mãe, dona Antonia Maria do Nascimento, de 85 anos, é uma grande incentivadora. Aliás, foi ela que ajudou. “Investi R$ 500,00 na época para fazer todos os acessórios que faltavam. Hoje, só a marreta custa R$ 500,00”, contou.
Rapaz já fez ao menos 12 fantasias
O agente de carga Kaique Bares dos Santos, de 25 anos, foi mais longe em sua paixão pelo mundo Cosplay. Já chegou a fazer ao menos 12 fantasias de seus personagens favoritos e ficou entre os finalistas em duas edições.
Sua paixão pela cultura de ficção começou ainda na infância, aos 5 anos, quando o pai o colocou, com a irmã 3 anos, mais nova, para assistir ao Cavaleiros do Zodíacos, na então TV Manchete. Na época, o pai os colocou para assistir o desenho, para que deixassem a mãe trabalhar. O que era um castigo virou paixão.
“Amei o filme. Meu personagem favorito era o Seiya de Pégaso. Com 10 anos fiz minha primeira armadura, de papelão, e brincava no prédio onde morava. Todo mundo gostava e admirava”, contou.
Aos 13 anos, em 2008, ele descobriu a realização do Anime Fest, mas só foi no ano seguinte que ele foi participar, levando apenas a armadura que ele mesmo fez de EVA envelopada de papel laminado prateado. “Ficou horrorosa, mas me senti. Foi muito bom”, contou.
Cansado de comprar as fantasias na internet e ter prejuízo, há dois anos Kaique decidiu fazer suas produções. Ele contou com a ajuda da mãe da namorada para aprender a costurar. Já confeccionou ao menos 12 fantasias, para uso próprio. “Comprei máquina de costura simples e uma impressora 3D”, falou.
O Cosmaker vale ouro para quem busca os acessórios
No mundo cosplay existe o Cosmaker, o profissional responsável pela criação de cosplays e acessórios dos mais variados tipos. Quem ama a arte, sempre arrisca e dá um de Cosmaker, caso da jovem Isabela Selani Silva, de 23 anos, que decidiu fazer alguns acessórios e vendê-los, sob encomenda, é claro.
Incentivado por uma amigo, Eduardo, de 21 anos, que morreu no início deste ano, a garota meio que se especializou na arte de confecção. Ela comprou uma micro retífica e passou algumas produções que foram vendidas a amigos e amigos dos amigos. Ela produz armas, cintos entre outros acessórios. Entre as peças feitas por ela contam o chifre da Malévola, a trança da Rapunzel e o cinto do Reader. “Amo fazer os acessórios”, disse a jovem que suspendeu temporariamente na produção porquê a máquina quebrou e ela ficou sem dinheiro para comprar o material.
Isabela, que mora em Cosmópolis, conta que sua paixão pelo cosplay começou aos 15 anos, motivada por amigos. Desde então só foi aumentando. Ela faz questão de participar dos “animes”.

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