O nome akita, ou akita inu, é uma referência ao seu lugar de origem. Akita é uma província do Japão e “Inu” significa cachorro em japonês. Os registros apontam que a raça surgiu no século 16, durante a Era Tokugawa (1603-1867), no norte do país nipônico. Inicialmente, esses animais eram conhecidos como “cães das montanhas repletas de neve”, época na qual sua principal função era caçar e proteger os senhores feudais.
Em tempos mais recentes, no início da Era Showa (1925-1989), uma emocionante história de amizade chamou a atenção dos japoneses. O cachorro Hachiko aguardava seu tutor todos os dias em frente à estação de Shibuya, em Tóquio, e permaneceu o esperando por anos, sem entender que ele havia falecido. O fato comoveu a população e a partir daí houve um esforço para preservar a raça, como a criação da Sociedade de Preservação do Akita Inu.
Em 1937, o cão tornou-se tesouro nacional. A raça foi reconhecida oficialmente pelo American Kennel Club em 1972, depois de quase ter sido extinta durante a Segunda Guerra Mundial. Alguns bichos foram escondidos por seus tutores ao longo dos períodos de conflito, enquanto outros foram levados para a América por soldados americanos.
O akita possui temperamento calmo, fiel e dócil. Contudo, trata-se de um cachorro que adora ter certa independência e pode ser bastante reservado. É um pet mais sério e metódico, que retribui o carinho dos tutores com proteção e companheirismo.
A convivência com a família não costuma apresentar muitos problemas. Mesmo assim, é fundamental tomar cuidado com a proximidade com estranhos. Além disso, ainda que ele tolere bem crianças, é fundamental que a interação entre o cão e os pequenos seja supervisionada, já que ele não entende tão bem determinadas brincadeiras.
O akita é um cão de companhia muito apegado aos tutores. Logo, deixá-lo sozinho em casa por um longo período não é indicado. Em outras palavras, quando o responsável retornar para o lar, é possível que o jardim esteja destruído e os móveis “mastigados”. Outra mudança comportamental que pode ocorrer é a lambedura excessiva, que pode ocasionar feridas no animal.
O ideal é que os cães da raça sejam adestrados por profissionais desde cedo, para que recebam melhor a presença de pessoas desconhecidas e melhorem sua capacidade de socializar com outros animais. Além disso, será necessário uma dose extra de paciência, por serem animais de personalidade forte. Por isso não são indicados para tutores de primeira viagem.
Porte
Grande.
Média de peso
Pode variar de 35 kg a 58 kg.
Expectativa de vida
De 10 a 13 anos.
Origem
Japão.
Pelagem
Pelo externo duro e reto, subpelo macio e denso, os fios da cauda são mais longos que o do resto do corpo. O akita apresenta cores vivas e brilhantes como vermelho-fulvo, sésamo, tigrado e branco. As marcas são equilibradas e apresentam o “urajiro”, que é um pelo esbranquiçado nas bochechas, mandíbula, pescoço, peito, tronco, cauda, face e laterais do focinho.
Esses cães têm o hábito de autolimpeza por meio de lambedura. Recomenda-se a escovação semanal dos pelos e alguns cuidados e preocupações com relação aos banhos, devido a característcas da pelagem. Por ser volumoso, o pelo não seca facilmente, tornando os banhos frequentes prejudiciais à saúde do cachorro.
Clima indicado
Akitas são cães muito bem adaptados ao clima frio das montanhas do Japão. Curiosamente, essa mesma adaptação os ajuda a lidar com o calor, pois sua pelagem dupla auxilia, isolando-o de ambas variações climáticas. Entretanto, eventualmente as temperaturas mais altas poderão causar desconfortos ou mesmo problemas de saúde. Nesses casos, é importante atentar-se ao pote de água do cão, pois ele irá consumir muito mais do que o usual.
Cuidados especiais
Os problemas de saúde mais comuns são a displasia de quadril e cotovelo, dermatites e complicações oculares. As displasias têm um índice relativamente alto entre cães de grande porte, como o akita. Caso não diagnosticada e tratada devidamente, a displasia poderá impedir a movimentação de maneira drástica.
É sempre importante ter um acompanhamento veterinário desde filhote para identificação e manejo precoce destas questões que podem acometer os cães dessa raça.
Quem deu as informações?
Sophie Kessar Aurichi, adestradora comportamental.
Maria Fernanda Modaneze, adestradora e especialista em comportamento animal.
Rachel Campbell Worthington, médica-veterinária.
Hélio Itapema, médico-veterinário.