Agricultores japoneses investem na produção de alho negro em Guatapará, interior de São Paulo

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Agricultores japoneses investem na produção de alho negro em Guatapará, interior de São Paulo

Uma história de tradição e inovação

No Alho Negro do Sítio a produção do alho negro começou apenas em 2010, mas a história desta empresa teve início muito antes disso. Em 1945, Shiro Kondo nasceu na colônia japonesa na Manchúria, China, e ainda bebê foi para o Japão com a família, como refugiado. Lá ele cresceu, se formou em direito e ao completar 23 anos de idade decidiu se mudar para o Brasil. Aqui, Shiro trabalhou em diversas fazendas para sustentar-se e, com agricultores, aprendeu técnicas de cultivo de alimentos na prática. Em 1973 casou-se com Sayoko, sua esposa até os dias de hoje. Recebeu um pedaço de terra na colônia de Guatapará, interior de São Paulo, como benefício do programa de migração do governo japonês. Lá a família então se dedicou à agricultura, tendo como o primeiro cultivo o abacaxi.

Sayoko Kondo Alho Negro do Sítio

Em 1981, aconteceu a geada negra (condição atmosférica que provoca o congelamento da parte interna da planta devido ao frio intenso) e todo o plantio foi perdido. Após este fatídico episódio, eles foram em busca de alguma especialidade que conseguisse resistir às alterações climáticas, por fim, decidiram começar a cultivar o alho. A produção, que no começo não tinha tanta qualidade pela falta de experiência, foi se aprimorando, com a implantação de tratos culturais específicos ao alho e outras técnicas sustentáveis, como de compostagem, rotação de culturas, cobertura morta e adubação verde.

Em 2006, após uma pesquisa publicada nos Estados Unidos apontar o alho como o melhor alimento para prevenção do câncer, e estudos revelarem o aumento da capacidade antioxidante do alho com o processo de maturação, houve um grande “boom” do alho negro no Japão. Animado com esta novidade, Shiro passou a produzir este remédio natural com a ajuda da sua esposa.

No início, Shiro fornecia apenas para os amigos da colônia japonesa. Não foi fácil, mas aos poucos eles estabeleceram um padrão de qualidade e foram conquistando a confiança dos consumidores. Atualmente já fornecem o alho negro para renomados empórios e restaurantes. Hoje quem administra a empresa é o agrônomo Fernando Kondo, filho dos fundadores, formado pela Universidade Agrícola de Tóquio.

A produção da Alho Negro do Sítio se difere das demais pela garantia de origem com alho nobre nacional, por oferecer o alho negro já descascado e não pasteurizado. Assim, mesmo depois de embalado, o produto continua seu processo de maturação, o que o deixa ainda melhor com o tempo.

Hoje, além do alho negro descascado em diversos tamanhos, a empresa também produz uma grande variedade de produtos com a iguaria. Alguns de produção ainda artesanal, como o azeite aromatizado com alho negro e ervas, o sal grosso com alho negro, outros feitos com a ajuda de outros pequenos produtores, como a ghee, mostarda e pimenta de alho negro, e ainda, produtos feitos em maior escala, como a geleia, pasta, molho pesto e chimichurri com alho negro.

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