Fumikazu Matsuzaki trabalha há 40 anos fazendo “hanko”, e viu seu comércio ser colocado em perigo repentinamente quando o procedimento tradicional de formalização de documentos tornou-se alvo de críticas, principalmente porque as pessoas foram forçadas a trabalhar remotamente, devido a pandemia do coronavírus.
Então Matsuzaki perdeu seu fluxo de receita quando as vendas do hanko feito para estrangeiros, caíram devido à queda no número de visitantes e turistas que normalmente os encomendavam como souvenirs ou presentes exclusivos e personalizados.
Forçado a procurar novos negócios com seus clientes e agora trabalhando em casa, Matsuzaki agarrou-se a uma ideia nova: fazer um hanko digital.
“Eu estava no fundo do poço porque você vê algo que você fez por 40 anos repentinamente rotulado como “não é mais necessário'”, disse Matsuzaki, dono de uma loja de hanko de terceira geração em Tóquio.
“Mas também é verdade que saí dessa negatividade e olhei para a vida de uma forma diferente por causa do hanko.”
Matsuzaki diz que a tradição do hanko, não deve ser apenas culpada pela dependência aparentemente retrógrada do Japão em papel e tinta. Dito isso, ele reconhece que provavelmente é hora de uma reavaliação.
Os japoneses usam o hanko para autenticar contratos e outros documentos importantes, uma prática que alguns críticos dizem que mantém as empresas afundando em um mar de papel.
Fundada em 1921, a loja Bunbukudo Inbo Co. de Matsuzaki, é uma mistura do antigo e do novo. Ela vende hanko feito à mão por artesãos que passam semanas esculpindo cuidadosamente as peças delicadas. Os japoneses costumam registrar esses carimbos junto às autoridades como forma de identificação e usá-los em ocasiões importantes, como na compra de uma casa ou carro.
Mas nem todos os hanko são criados iguais e são cuidadosamente esculpidos por uma pessoa. Um outro tipo de hanko e com preço mais acessível, pode ser produzido por uma máquina em cerca de meia hora na loja de Matsuzaki.
Ele então, decidiu digitalizar o “dual hanko”, ou carimbos de madeira nos quais nomes não japoneses são gravados em caracteres kanji japoneses e no alfabeto, e vendê-los como imagens online. A Bunbukudo Inbo havia vendido cerca de 800 carimbos de madeira desde o lançamento da série em 2017. Para ele, entrar na era digital não exigiria uma visita à loja sem risco de infecção por coronavírus.
O design do hanko digital é único porque ele o cria com base na escolha de fonte e caracteres kanji de um cliente que soam próximos ao nome estrangeiro original. Os preços variam de 2.750 ienes (US $ 25,70) a 3.300 ienes, e Matsuzaki espera que os carimbos digitais possam ser usados ??para vários fins, incluindo fotos de perfil nas redes sociais.