A ignorância da xenofobia

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A ignorância da xenofobia

A palavra xenofobia tem origem grega e signica, basicamente, a aversão ao estrangeiro, ao desconhecido. A xenofobia é um tipo de preconceito contra quem nasceu em um lugar diferente do seu. Tudo que é desconhecido assusta.

Tem-se a errônea ideia de que o estrangeiro apresenta ameaça ao sucesso econômico do cidadão ou do seu país. A causa disso é a pouca informação intercultural. A falta de conhecimento gera quase que um ódio inexplicável. O desconhecido sempre causa pavor e medo. E esse ódio é acentuado por narrativas falsas espalhadas pela “indústria da mentira”.

Os cerca de 200 mil japoneses que viviam no Brasil nas décadas de 40 e 50 sentiram na pele esse ódio exacerbado. Chegou-se ao absurdo de terem suas casas invadidas, com livros, revistas e jornais escritos em japonês rasgados, discos e rádios destruídos. A imbecilidade fez muitos brasileiros incutir a ideia de que os japoneses eram inimigos, sendo que vieram aqui para trabalhar e nos ajudar no desenvolvimento do nosso Brasil.

Comentários discriminatórios, estereotipados ou desumanizantes, por falta de conhecimento, contra outras raças continuam sendo feitas. Agora não são mais contra os japoneses. São contra os chineses, que de uma hora para outra, incitado por autoridades que deveriam pregar pela paz e amizade, se tornaram “inimigos” dos brasileiros.

Na lista dos 2.755 bilionários do mundo, divulgadas nesse mês de abril pela revista Forbes, mais da metade são norte-americanos ou chineses. A China lidera o ranking com 992 pessoas com fortuna acima de US$ 1,2 trilhão. Em seguida vem os Estados Unidos da América (EUA) com 696 bilionários e o Brasil aparece na lista com 65 bilionários. Não foi à toa que foram para a China e EUA as primeiras viagens de Bolsonaro como presidente. Na China, ele se encontrou com o presidente Xi Jinping, tirou fotos abraçado ao chinês e assinou acordos de negócios e cooperação. Mas nem por isso nosso presidente se tornou comunista.

É incrível ainda termos gente que imagina chineses com aqueles chapéus que parecem tampa de chaminé se alimentando de insetos por falta de comida. Esquecem ou desconhecem que em algumas regiões do Brasil, muito dos nossos conterrâneos, por falta de comida, já se alimentaram com tanajura, uma espécie de formiga, misturada com farofa, e até calango, lagarto do mato que serviu até os anos 80 para matar a fome no agreste do sertão brasileiro. Mas em geral essa não é e nunca foi a realidade do Brasil.

Nelson Gonçalves, Jornalista; Rio Preto

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