Convidado para participar de um PodCast produzido pela ACP (Associação Campograndense dos Professores), na última segunda-feira, dia 27, conduzido pelo presidente da entidade, professor Gilvano Bronzoni, para debater temas como gestão no serviço público e luta sindical, o vereador Marcos Tabosa (PP) explicou o porquê de ter deixado o PDT, sinalizado transferência para o PSB e depois, filiado ao PP.
Apesar de sua origem oriunda do campo político da esquerda e estar presidindo o SISEM (Sindicato dos Funcionários e Servidores Públicos de Campo Grande) desde 2009, sua decisão de filiar-se ao PP (Partido Progressista), cuja ideologia política está mais à direita, causou um certo alvoroço, pois contraria sua postura política até então defendida de sindicalista de raiz e ácido defensor dos direitos dos trabalhadores.
Depois de narrar um pouco de sua luta sindical e as dificuldades enfrentadas nos últimos anos, sendo até preso na defesa dos servidores, para recuperar e construir um dos sindicatos mais fortes e atuantes do Mato Grosso do Sul, Tabosa explicou que sua causa de vida sempre foi pela valorização do servidor público municipal, motivo pela qual dedicou todo o seu esforço em ações sindicais contra quatro ex-gestores municipais: Nelsinho Trad, Alcides Bernal, Gilmar Olarte e Marquinhos Trad e negociando este ano com a prefeita Adriane Lopes.
Em 2016 percebendo que seu esforço sindical tinha se esgotado para avançar em favor dos servidores, decidiu que precisaria ampliar suas forças e um mandato popular começou a ser construído. Sem recursos, estrutura e apoio nenhum conseguiu 1.320 votos. Apesar de não ter conseguido vencer, a experiência o levou a pensar que o projeto tinha chance de ser alcançado se fosse melhor preparado e foi o que fez em 2020. Organizou um audacioso plano de campanha eleitoral e conquistou uma vaga no Parlamento Municipal com 2.199 votos.
O prefeito reeleito Marquinhos Trad tinha com vice a atual gestora Adriane Lopes, que se manteve na sombra das nefastas decisões que trouxeram muito prejuízo aos servidores, colocando mais de seis mil com salários inferior ao mínimo permitido por lei, além de inchar a prefeitura com contratados sem concurso público, o que levou a previdência pública ao colapso, precisando suplementá-la todos os mês para cumprir compromissos com aposentados e outras despesas.
Mas naquele momento, o sindicalista eleito Marcos Tabosa, eleito vereador pelos servidores utilizou todo o seu tempo na tribuna do parlamento para denunciar e cobrar melhorias para os trabalhadores, tornando-se um dos maiores opositores da gestão, ação que dificultou e impediu que Marquinhos ganhasse a eleição para o governo do Estado, ficando na sexta-feira posição do pleito eleitoral.
Com a derrota do ex-prefeito, Adriane Lopes assume a gestão com uma prefeitura totalmente quebrada e inviabilizada financeiramente para reparar os estragos produzidos pelo ex-mandatário. Da tribuna, o sindicalista e vereador Marcos Tabosa continuava com o seu discurso duro e incisivo aos direitos dos servidores, pois se tratava de continuação do mesmo mandato.
Ao final de 2023, a prefeitura Adriane Lopes começou a entender que o vereador Tabosa só desejava valorização e justiça para o sofrido servidor. Não postulou cargos, espaço no poder, nenhum benefício para si mesmo, desejava apenas um olhar mais humano para aqueles que carregam o serviço público nas costas.
Logo nos primeiros contatos com Tabosa, Adriane Lopes compreendeu o seu trabalho e manifestou interesse de caminhar na mesma direção. Uma equipe de técnicos da prefeitura iniciou as tratativas e estudar onde e como poderia avançar na reparação desses danos, visto que a prefeitura estava muito acima do limite prudencial previsto em lei para conceder reajustes salariais ou benefícios aos servidores.
Com diálogo e boa vontade, uma força tarefa composta pelo SISEM, mandato popular do vereador e a equipe técnicos da prefeitura soluções foram sendo encontradas para valorizar as categorias organizadas no sindicato e lideradas pelo vereador Tabosa. Em contrapartida, a prefeita conseguiu do vereador um compromisso de que se ela o atendesse em suas demandas em favor dos servidores, Tabosa a acompanharia na sua luta política numa possível reeleição e um futuro promissor para a municipalidade.
Pensando em continuar avançando com os servidores, o vereador Tabosa não pensou em si mesmo e aceitou o desafio de mudar para um partido totalmente contrário aos seus princípios, especialmente porque nesta agremiação partidária será mais difícil sua reeleição, pois precisará dobrar sua votação para continuar sendo a voz dos servidores no Parlamento Municipal.
“Tudo o que fiz até hoje foi por uma causa que considero justa: o respeito e a valorização do servidor público municipal. Se o servidor entender que mereço continuar representando seus interesses no serviço público; se cumpri fielmente o que prometi nas reuniões e assembleias das categorias que o SISEM representa, bem como as demais que o mandato me proporcionou representar politicamente, então estarei com a mesma disposição para esta luta que é de todos nós”, falou Tabosa.
Palmir Cleverson Franco
Assessoria de Comunicação do Vereador